quinta-feira, 29 de setembro de 2011

ASSIM...


RENATA BEIRO

(28/09/11)


Vi o céu
E, nele,
A lua...
Novidades
Chegam num canto!
Passarinhos!
Cantam nos ninhos...
Sinto
Dos céus
Da terra
Acolhida...
Sentido de vida
Bela medida!
Consciente percebo
Conheço sub
jetividade
Claridade
Que não pela metade
Nem metade perdida...
E de tudo despida
Chuto tristeza
Chamo esperança
Imersa
Imensa
Vem alegria
É o que me guia
Liberta...
Persisto
Resisto
Sou Mulher
É luta
Pra expressar...
Diferente minoria
Que maioria é!
Perturba, assusta
Na expressão
Libertar...
Empoderar-me, então,
Se preciso
Digo, NÃO!
Amor é coração
Pensamento, razão...
Afiadas navalhas
Palavras
Quiseram cortar!
Palavras!!!
Sou o que sou
Eterna mutação...
Independo
Do que não entendo...
Felicito, em meu caminho,
Quem me quer em carinho...
De resto...
Atenção, presto não!
Sigo assim
Preparada
Pra toda
E qualquer lambada...
Pros amores
Coração...
Por guia
A razão...
Diante do cristal
Firmamento
Em movimento
Olho o mundo
Me vejo!
Nua de qualquer lamento
Assim...
Filha da lua
Amante do sol
Afilhada do vento
Ganho asas...
Posso voar!!!

domingo, 25 de setembro de 2011

Têm coisas que não se esquece...


RENATA BEIRO

(25/09/11)




Ando devagar
Tenho sido prudente...
Quando a insanidade
Apossou-se de mim
Embeveci-me...
Nem percebi...
Perdi a razão
A questão...
Por fim, recuperei
A liberdade
E ganhei
A saudade
Desorientada fiquei
Em meio à solidão
Mas tudo no fim
Acaba...
Expor minh'alma
Não quero mais...
Ficar longe dói
Juntos ainda mais...
Não queria mais te ver
Apenas viver...
Sem querer
De londe te vi...
Solitária
E sofrida figura
Não me viste...
Agradeço!
Naquele breve instante
Num rompante
O recente passado
Galopante voltou...
Uma pontada no peito
Que dor!
Pensava não sentir nada
Ao te ver...
E num segundo
Foi tudo reviver...
Sem querer olhar
Coração a pulsar
Senti na face
Uma lágrima rolar...


quarta-feira, 21 de setembro de 2011

SOS MULHER X / Tod@s contra a Pedofilia...

RENATA BEIRO

(21/09/11)


"Era uma vez...
Desde pequeninha
Carrego bem aqui, dentro
Do coração, 'lagriminha'
Empedrada com o tempo...
Vejo, ainda,
A mãezinha
Num pranto
Que me espanto...
Umedecendo um pano
Amenizava feridas
Mágoas multiplicadas...
Fitavam-me, tristes,
Seus olhinhos
Pareciam pedir socorro...
Alento, eu dava,
Umedecido pano...
Até comida fazia
No alto dos meus sete anos
Vez que as mãos torturadas
Nem batatas descacavam...
BEBEDEIRA, EUFORIA!
Sem meias
Nem meias medidas
Alegria do horror
Se chegou...
Naquele dia,
De tudo ele provou...
Até a inocência infantil
De meus olhos
Papai levou...
Pra mãezinha
Jazigo restou...
Foi aí que me olhou...
Como presa
Me caçou...
Até amigos chamou...
De coração duro
Em pedaços
Odiei aquele palhaço!!!
Com plano arquitetado
Em fuga me joguei...
Com apenas oito anos
Já conhecia as penas
Aquelas, duras da vida...
Da vida errante
Fugida,
Conheci a cidade grande...
Sem o viço da idade,
Deparei-me com outras maldades..
Ignorante e coitada
De nada fui poupada...
Conheci as mãos
De homens que eram não...
Drogada, prostituída
Vi, de novo,
A saída...
Fui procurar
A mãezinha
Voltei a ser criancinha..."

Mas no papel fui lembrada:
Corpo de criança (não identificada),
Cerca de nove anos,encontrado na estrada X,
Causa aparente da morte: overdose.

domingo, 18 de setembro de 2011

VERSO DO VERSO...

RENATA BEIRO
(18/09/11)


Sou o que sou
Amado, Jorge...
Cravo e canela
Orgulho brasileiro,
Mas beiro a condição
Ambulante
Metamorfose
Me lembra Raul!
Maluco...
Que beleza!




Não Gabriela!
Nasceu, cresceu e sempre
Vai ser assim!
Sai de mim!
Que dose!
De Seixas
Overdose
Se é de felicidade
Posso dessa morrer...
Meu instante
É viver!
Ser...
O sol bendizer
Na lua renascer...
Cantar
Bailar
De cabeça
No mar
Mergulhar...
Projetar meus desejos
Planos de planos
Não sei de lucros
Ou danos
Assim mesmo
Arriscar...
Em chuva de verão
Enxuta ficar
Ou não...
Entalado grito
Poder uivar...
Ansiedade de espera
É coisa que não se espera
Emudece...
Entristece...
Faz o chão se perder...
Flutuar no espaço
Feito aço
É suado
Pesado...
De leve e num toque
Suave, sem retoque
Voltar-me
Pra mim...
Ouvir do vento
Assovio
De longe
Trazendo alento
Às dúvidas
Que ora atentam...
Ontem, sim
Hoje, não
Amanhã, sei lá
Depois, não sei não
Só o tempo dirá...

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

LUA CHEIA...













RENATA BEIRO
(12/09/11)




Chega a noite
É clara
Linda cara...
O sol ilumina O dia
A lua, A noite amiga...
Clareia, sensual, maternal
Plena e cheia de encantos
De encantos e de amor...
É noite de lua cheia
Lua cheia de graça
E muitas graças também...
Guardiã de muitos segredos
Até mesmo os de paixões...
Uivar qual uma loba...
Nada boba...
Lua, sou tua, sou mulher...
Cúmplices
Somos nós...
Branca e até vermelha
Uma grande, imensa luz!
É quase um sonho!
Reluz...
E tanto me faz feliz!
Não quero a magia espantar
Me faz, ela, sonhar
E, sem perceber, amar...
Viver com a terra
Não nela...
Num perfeito movimento
Em orações espontâneas
Da lua a força buscar
Espiritual feminino...
Em mandalas
Trajetórias cíclicas
Em ritos poder dançar
Dar
Doar...
Reverenciar Gaia
Terra, a minha Mãe
Num círculo
Sem início ou fim
Quebra toda a hierarquia
Somos todas iguais...
Resgatando perdidas memórias
Por histórias mal contadas...
Em sendo assim, peço
Bênçãos à Divina Mãe...

domingo, 11 de setembro de 2011

MUDANÇA...



RENATA BEIRO

E

PAULO CARVALHO


(11/09/11)








Vazio é o verso
Se sentido ele não tem
Argumento reverso...
Acontece o que parece
Ou só eu apenas enxergo?
Não nos cabe arder em chamas
É o carinho quem clama...
Quem mudou...?
Ou mudou o verso?
Não sei nominar
O que nem nome tem...
Chegou-me cedo demais
Ou muito tarde, nem sei...
Consciente ou inconsciente
A mente
Por vezes mente
Muda em pranto
O belo canto
Que canto!
De um sentimento tanto...
E tanto se mudam
Os tempos
Seus contratempos...
Novos tempos!
De vontades outras...
Absurdo é o que não muda...
O ontem não é o hoje
O hoje não é o amanhã
Amanhã será o quê?
Por ora, nem quero saber...
À vida, deixar contar...
De cabeça, mergulhar
Num lindo incógnito mar
Desconhecer o que vou encontrar...
Que bons tempos de mudar!
De lado,
Melancolia deixar...
Dúvidas, fiquem pra lá!
Da alegria, da fantasia,
Com alegria,
Deixar-me escravizar...
Num toque suave e leve
Me procurar...
É isso
E por isso
E mais que isso...
Deixar ao tempo
O que tiver de mudar...

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

SOS MULHER IX / MÃOS

FATIMA PORTO, escritora/poetisa portuguesa, escreveu a poesia Mãos, segue na íntegra! Com a permissão da detendora do crédito poético, abaixo da postagem original, fiz uma leitura com imagens, adicionando os versos à coletânea SOS MULHER.









Mãos
Afagam, dão carinho

Mãos
Suaves, deliciosas

Mãos
Magoam, torturam

Mãos
Calam, sofrimento

Mãos
Ferem, esmagam

Mãos
Atiram pedras
Matam …


FATIMA PORTO

in: http://portodefatima.blogspot
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MÃOS






segunda-feira, 5 de setembro de 2011

AMOR DE PRIMAVERA...


RENATA BEIRO
(05/09/11)


Amor de primavera
É chuva de verão
Vem e vai
Rapidinho
Nem lágrima
Deixa não...
Juras de quimera são
Reanima
O coração...
Chega ousado
Atrevido
Carente
Atraente
Com toques
Quentes
Envolventes
De entregas
E de prazer...
Amor de pele e beijo...
É coisa que vai
Com o vento...
Deixando um vazio
Cá dentro...
Camuflando sentimento
Que no seu mais grave alento
Clama por um respeito
Ao peito, que jeito!
Que vai, sei lá, machucar...
Petála tão delicada
Alma deixada exposta
Procurando sempre respostas
Sendo a verdade uma só
O bem que faz e faria
A magia de só rir
Sorrir de olhos e bocas
Matando a douda vontade
De afeto poder mostrar...
Sem medo e bem a contento
De peito aberto
Poder dizer:
"Te guardo é bem aqui!"
Querer a alma em paz
Tudo no seu lugar!
E tanto e de tanto querer
Renascer e viver
A condição de poder
Amar!
Até mesmo sem querer...

domingo, 4 de setembro de 2011

NAÇÕES...


RENATA BEIRO
E
PAULO CARVALHO


(03/09/11)


Clamo deuses, deusas
Lua, sol
Raio e trovão
Para na mente ter clareza
Em mãos dormentes
Firmeza...
Todas as proteções
Ao narrar certeiras ações...
Chega-me Alves, o Castro
E dele recebo algo...
Maestria
Ouço do mar
Do mar que não é distante...
"...Dize-o tu, severa Musa
Musa libérrima, audaz!..."
"...Quem são estes desgraçados
Que não encontram em vós
Mais que o rir calmo da turba
Que excita a fúria do algoz..."
"...São os filhos do deserto,
Onde a terra esposa a luz.
Onde vive em campo aberto
A tribo dos homens nus..."
Colombo quis navegar...
E nesta terra, Brasil
Choros negros
Quem não ouviu?
Os "bons" colonizadores
Por toda parte plantaram
Os negros daquele navio
Até nas áridas terras
Do nordeste do Brasil...
Inda, à parte, uma pátria
Gente da cor do cinza
Indefinidos o são...
Terra firme, resistente
Nem relâmpago é errante...
Paisagem silvestre
Povo descalço
Com pés no chão...
Entendem de desapego
Prática já constante
Oriundos de Masai, Tuaregs
Berberes, Bantos, Soninkés
África de leste a oeste
De sul a norte também...
À força foram trazidos
Acenando às suas nações
Reis, Rainhas
Negros e negras lindas
Que vinda!
Trazendo nas negras barrigas
Fetos de brancos, céus...
Negros de olhos azuis
Brancos de cabelos "tuins"
Bêbedos, náufragos, degregados
Hoje só uma nação...
Nação dos que nada têm
De cabelos ou peles "ruins"
Com imensos corações
Possuem uma coisa ou duas!
Acreditam ser verdade
Que a medida do amor
É amor sem medida...
História perdida
Em sua terra de origem
Materialismo não concebiam
Viam o ser, e se viam
Como eixo da criação
Do africano humanismo
Magicamente impregnado
Por forças vitais
Irmanavam-se às forças
Aquelas que são as cósmicas...
Sem preocupação
Co'a produção
Não preconizavam revolução
Em meio ao seu meio ambiente...
Hoje, sem nada em troca querer
Doam-se em amizades
Cativando laços que medidas não têm...
Andam por trilhas de cabras
Ou de terra mesmo, batida
Por princípios, respeitam
Nem sempre, respeitados...
Amam-se
E são norteados
Por solidariedade
É verdade!
Caminham milhas
Carreiras de formigas...
Além de peso, carregam em suas cabeças
Sonhos e esperanças
Quiçá nunca alcançadas...
Trilham em fila indiana
Dividindo aquilo que têm...
Sua existência passeia
De braços com a elegância
Herança desconhecida
Forma-se ignorância...
E, num amor desmedido,
Esperam na esperança
Talvez esteja perdida...
Atrofiados, desvalidos vão
Resvalando na vida
Acreditando em verdades
Faladas por falsos profetas
Em igrejas que se locupletam...
Políticos que não se manifestam...
Povo bravio, vindo do navio,
Esta vida desconhecem
Creem na indefinível
Fé e esperança...
Que herança!
A situação
De linhas tão desiguais
Dos pensamentos europeus...
Trazidos, submetidos à nova terra
Que prega
História contraditórias
Nas formações estatais
Do mundo ocidental...
Trazem na oralidade
As passadas Histórias
Enquanto usamos a pena
Por falta de boa memória...





quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Tratos...

RENATA BEIRO (01/09/11)



Caço palavras ao vento
Semeio em meio à tempestade
Grande, imensa vontade
Brincar de escrever
Que saudade!!!
É coisa que não tem idade...
Hoje busco verdades...
Faço trato
Me retrato
De bem querer
Nunca maltratado...
Tratado trato
Assinar contrato...
Me espanto
E me encanto
Com ritos nunca pensados...
Leves palavras
Silêncio pesado...
Fugidias gentilezas
Cobertas de delicadezas...
Tigresa e tigre
Combinação perfeita...
Entre paredes
Que são quatro
Apenas um quarto...
Um quarto do trato...
Parte de um contrato...
Predestinado, será?
Com carinho
A ser assinado...
O tempo passa
O passa tempo
Vou-me ao encontro
Do vento...
De tudo quero
Nada espero...
Só a certeza
De ter certeza
Da breve vista
A beleza...
De tez desnuda
Saber qual lua
Na calada noite
Cúmplice
Testemunha
De audíveis sussurrar...
Depois de tudo
E lado a lado
Deixar à vida
O que ficará de lado...